O Governo de Roraima, por meio da Seadi (Secretaria de Agricultura, Desenvolvimento e Inovação), iniciou no último mês de setembro a Missão Baixo Rio Branco de Subsistência Extrativista e Produção Agrícola. A pesquisa em campo forneceu dados da realidade comunitária ribeirinha que vão fomentar novas políticas públicas de desenvolvimento sustentável.
Ao todo, foram visitadas 15 comunidades agrupadas nas divisas dos municípios de Rorainópolis e Caracaraí, sendo elas: Bela Vista, Cachoeirinha, Caicubí, Canauani, Floresta, Itaquera, Lago Grande, Panacarica, Remanso, Sacaí, Samaúma, Santa Maria do Boiaçú, Santa Maria Velha, Terra Preta e Xixuaú. “Realizamos um diagnóstico socioeconômico nestas localidades verificando as atividades de produção primária, onde é comum o plantio de açaí, bananas, castanha do Brasil, macaxeira, milho, feijão, melancia, pupunha, cupuaçu, além do pescado como modelos de subsistência”, explicou o engenheiro agrônomo Vanderson Mesquita.
Em Santa Maria do Boaiaçú, com intuito de atender os serviços rurais na localidade, o Governo do Estado disponibilizou um trator na casa de apoio do Iater (Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural). Na oportunidade, o produtor Alexandro Barroso observou a necessidade de mais implementos agrícolas operacionais para desenvolver a produção comunitária. “Com a chegada do trator, daremos continuidade a abertura das áreas de plantio, mas ainda necessitamos de mais, principalmente da atenção política recuperando 17 quilômetros de vicinais que hoje estão intrafegáveis, inviabilizando o escoamento da nossa produção”, comentou.
Na comunidade Santa Maria Velha, em Rorainópolis, o pescador Antônio Batista pediu a atenção das secretarias municipal e estadual com a agricultura familiar. “Onde vivemos, o acesso continua remoto, também precisamos de água tratada, estradas, eletricidade e conexão permanente”, reforçou.
Para o titular da Seadi, Emerson Baú, o diagnóstico realizado no Baixo Rio Branco vai subsidiar projetos de subsistência produtiva na região. “O Governo de Roraima atenderá as necessidades rurais e de infraestrutura nas comunidades ribeirinhas fomentando, sobretudo, o extrativismo do açaí, da castanha do Brasil e da pesca já recorrente na região. Também vamos promover a produção de arroz, milho, suinocultura, avicultura, criação de casas de farinha, fábrica de gelo e subsidiar assistência técnica demonstrando a presença do Governo do Estado na evolução destes projetos de curto, médio e longo prazo, pois esse é um compromisso do nosso governador Antonio Denarium com todos que produzem e geram renda em nosso Estado”, concluiu.
SUSTENTABILIDADE E ECONOMIA
A região de Rorainópolis, no Sul de Roraima, está localizada num ponto geograficamente estratégico para o setor primário, beneficiando o plantio de grãos (milho, arroz, feijão, soja), além da pecuária de corte (bovinos, aves e suínos), do extrativismo vegetal (lenha, castanha do Brasil e madeira em tora), ecoturismo, pesca artesanal e esportiva.
Rorainópolis é um município relevante também para o escoamento produtivo do Estado, conectando Boa Vista e Manaus pela BR 174, sendo o Amazonas o maior mercado consumidor da região. A malha fluvial é outro fator crucial para a exportação produtiva local, onde o acesso pelo rio Branco interliga os rios Negro e Amazonas.
Com índice pluviométrico elevado, Rorainópolis ainda comporta um solo agricultável para a fruticultura (laranja, graviola, pupunha, melancia, banana, mamão, cupuaçu, entre outros), além do cultivo de hortaliças e de macaxeira (farinha). Os produtos de origem animal também são gerados e bastante comercializados na região, apoiando-se na produção de ovos, leite e mel.