O Iater (Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural de Roraima) promoveu, nesta terça-feira, 12, o Dia de Campo sobre o Café Robusta Amazônico, na unidade demonstrativa do instituto, localizada no PA Nova Amazônia, Vicinal 13, Lote 24. O evento reuniu produtores, técnicos e pesquisadores para trocar conhecimentos sobre implantação de lavoura, clones cultivados, custos e tratos culturais no primeiro ano de produção.
A ação contou com a participação do secretário adjunto da Seadi, Kelton Lopes, que representou a pasta no encontro. Para ele, a iniciativa reforça o compromisso do Governo do Estado em ampliar oportunidades para a agricultura familiar. “Este Dia de Campo representa mais um passo no fortalecimento da nossa agricultura. A cafeicultura robusta, quando conduzida de forma técnica e sustentável, tem grande potencial para gerar renda, diversificar a produção e inserir Roraima em um novo cenário de mercado. Nosso papel é apoiar o produtor com conhecimento, tecnologia e incentivo para que essa cultura se consolide no Estado”, destacou Kelton, da Secretaria de Agricultura, Desenvolvimento e Inovação.
Realizado em parceria com a Embrapa, o Sebrae e o Governo do Roraima, o encontro contou ainda com palestras de renomados especialistas, como Marcelo Curitiba, da Embrapa Rondônia, e Abrão Carlos Verdin, do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper-ES).
O engenheiro agrônomo do Iater, Eliander Pimentel, apresentou os resultados da unidade, implantada há seis meses. Ele destacou que o espaço funciona como “um laboratório a céu aberto”, aberto a quem deseja ingressar na atividade. “Esse é o nosso objetivo: fazer com que essas unidades demonstrativas sejam exemplos para as pessoas que querem entrar na cafeicultura no estado. Elas podem vir aqui e aprender, pois estaremos sempre com as portas abertas“, explicou Pimentel.
Com a primeira produção estimada entre 15 e 18 meses, a equipe testa sistemas consorciados com milho, mamão, maracujá e hortaliças nas entrelinhas, garantindo renda ao produtor durante a formação do café. “Com dois anos consolidados, nossa meta é atingir produtividade de 80 a 100 sacas por hectare. Esse é o nosso foco, por meio de tratos culturais adequados, adubação de qualidade e tecnologia aplicada”, ressaltou o técnico.
Para o secretário adjunto de Agricultura, Desenvolvimento e Inovação, Kelton Lopes, a iniciativa reforça o compromisso do Governo do Estado em ampliar oportunidades para a agricultura familiar. “Este Dia de Campo representa mais um passo no fortalecimento da nossa agricultura. A cafeicultura robusta, quando conduzida de forma técnica e sustentável, tem grande potencial para gerar renda, diversificar a produção e inserir Roraima em um novo cenário de mercado”, destacou o secretário.
Participação de especialistas destaca inovação tecnológica
Pesquisadores convidados também contribuíram com orientações técnicas. Marcelo Curitiba, da Embrapa Rondônia, e Abrão Carlos Verdim, do Incaper Espírito Santo, abordaram manejo, clones adaptados à Amazônia e perspectivas econômicas para o cultivo. Curitiba destacou o potencial de rentabilidade: “O café robusta na Amazônia pode render até 80 sacas por hectare, com preço médio de mil reais por saca. Uma família cuidando de cinco hectares pode ter renda bruta de 400 mil reais ao ano. É uma atividade que traz rentabilidade, ocupa mão de obra no campo e pode transformar vidas“, disse Marcelo Curitiba.
O pesquisador da Embrapa Roraima, Carlos Mendonça, lembrou que o trabalho com o café robusta vem sendo intensificado desde 2019, mostrando todo o potencial que o Estado possui nesse tipo de cultivo. “Estamos testando clones para validar no Estado. Nesta vitrine, temos a parceria de um produtor com 4 mil pés de café. Com essas trocas de conhecimento, mostramos que a cultura é viável economicamente e incentivamos a melhoria contínua da cafeicultura local”, pontuou.
Produtores apostam na cultura
O proprietário da área onde ocorreu o evento, Edilson Pereira Lopes, contou que decidiu investir após contato com técnicos do Iater durante a Expoferr. “Decidi experimentar porque vi que teria o apoio do Iater e do Governo. Estamos juntos nessa batalha para fazer a lavoura prosperar“, disse.
A esposa, Leucineia Gomes, compartilhou a mesma expectativa: “Começamos a irrigação pensando em outras culturas, mas mudamos para o café com a esperança de aumentar o plantio e a produção, contando com o apoio do Iater e do Governo do Estado“.
Expansão e diversificação
Eliander Pimentel acrescenta que o Iater está ampliando o modelo para outras regiões de Roraima. Além da unidade no PA Nova Amazônia, estão sendo implantadas áreas no Paredão (Alto Alegre), uma para café arábica no Tepequém e outra voltada a pequenos produtores no Cantá.
O instituto também mantém unidades demonstrativas de cacau, banana, milho irrigado, abacaxi, grãos e culturas consorciadas como macaxeira, feijão, maracujá, pimentas e hortaliças. “O Iater tem papel fundamental nesse processo, pois a unidade demonstrativa é a metodologia característica do nosso serviço. Estaremos sempre desenvolvendo essas atividades para melhor aprendizado do produtor“, concluiu Pimentel.